Thursday, August 31, 2006
Como uma criança de colo
Te acolho em meus braços
Recebo-te sempre...
Junto todos os teus pedaços
Tuas lágrimas são minhas
Tua dor me machuca também
Mas o silêncio que te dominas
Fala-te mais do que ninguém
Silêncio...
Se meu abraço ainda te vale
Mando-te por pensamento
Não te sintas sozinho, nem fale
Apenas te sintas neste momento
Tempo...
Se precisas do meu carinho
Nem peça... Ele já é seu
Desde que estás no meu caminho
E mesmo quando dele se perdeu
Chores, se tu precisas
Sofras... Se é tudo o que podes agora
Mas nunca te esqueças
Que eis aqui cativado uma rosa...
Wednesday, August 30, 2006
Tuesday, August 29, 2006
Serei Água (Isis - 29.08.2006)
No oceano profundo da vida
Sigo a maré do meu sonho
Entrego-me à correnteza do mar
Navego por água cristalina
Se falta-me ar, eu reponho...
Sigo meu próprio curso
Enquanto a maré está boa
Flutuo devagar, em paz...
Meu verdadeiro percurso
É a minha própria escolha
Movimento manso que a água faz
Derrama-me neste manto azul de vida
Água transborda-me mais
Pois enxágüo uma dor sofrida
Sem mágoa... Mais água
Água mancha jamais
Aceito o tempo das ondas
Que vão e vêm sem parar
Numa troca de amor infinito
O mar deságua na praia, bem-vindo
Derrama estrelas e conchas,
Presentes para água inundar...
A areia se multiplica
Renova a praia esse eterno brincar
Também quero um amor novo e lindo
Com sabor de água fresca e viva
Com o calor das praias do meu sonhar
Com quem irei me casar?
Onde há uma praia tranqüila
Luz e paz durante o dia
Amor eterno, noites claras de luar?
Quero um amor infinito
Como as ondas do mar
Para eu mergulhar sem medo
Nos mistérios profundos de amar
Um amor bonito, segredo,
Em água vou me banhar...
Quero me sentir nua e clara
Como as águas do oceano
Terá por mim amor sincero
Quem eu realmente amo?
Amor em água submerso
Água, vem me molhar
Com a transparência da água
Quero me desagüar
Num mar de pedra rara,
Água... A me transbordar...
Num mar sereno de alma clara
Em água... Me transformar...
Friday, August 25, 2006
Há Tempo (Isis - 25.08.2006)
O tempo não envelhece
Porque não tem começo, nem fim
O tempo simplesmente é
Para sempre, eterno tempo de mim
Há quanto tempo não te vejo
Quanto mais tempo ainda te desejo
Saudade de você comigo
Saudade... de você aqui
Lembro de ti como se fosse hoje
Na verdade ainda te vejo
Vez em quando
Sinto teu cheiro, tua presença
E escondido no teu beijo
Sinto o quanto eu te amo
Quanto tempo tem
Que eu já te gosto
Nem sei mais
Mas todo o tempo que eu tenho
Eu te gosto sempre
Hoje mais do que ontem
Assim eternamente se faz
Você se esqueceu disso?
Acontece... Eu também tentei
Fiz até disso um compromisso
Mas meu amor por você só cresce
Porque em mim te amar é lei
Parece que já faz parte de mim
Desde sempre
Não existe não te amar
Nem tentar esquecer
Uma mesma parte de você
Ainda choro sim...
Sozinha no meu canto
Quando uma saudade imensa me invade
Têm dias que eu nem sei de mim...
Têm coisas que só o Teodoro sabe
E isso o tempo não sara
Porque não é uma ferida
Para ter que sarar
Amor é um pedaço inteiro de vida
Daquelas vidas raras
Que se levam vidas para chegar no lugar
De viver um amor com a claridade do dia
De sentir o sabor do tempo,
Sem sequer ver o tempo passar...
De te amar para sempre,
Como se tivesse acabado de começar...
Porque o amor é o tempo
E sempre é tempo de amar...
Sunday, August 20, 2006
Meu Inverno (Isis - 20.08.2006)
Que lamentável dia triste
De pálidas lágrimas que escorrem por mim
Como afiadas lâminas de facas
O cinza do céu me rasga por dentro
Corta-me a alma ver o céu assim
Nem um pulsar de vida resiste
Como se esse vazio absoluto fosse o fim
Do meu amor por você, sentimento,
De um lado só que não mais existe
De um mar de águas paradas,
De ondas turvas arrebentadas
Foi triste o tempo que passou
Debandou até o resquício de saudade
Dos belos dias que não vivemos
E a verdade que não aceitamos se cansou
Do amor que não queremos,
Se afundou
Mares profundos nos separam
Você inalcançável num calabouço escuro
Onde tudo é noite, sem dia
Você viu, você deixou
E estas negras ondas me alcançaram
Nessas pedras mortas onde eu dormia
Te esperei por toda a minha vida
Enquanto ela existiu
Aqui nessas rochas cruas e frias
Onde o breu do céu me engoliu
Nesse mar, meu amor, eu não podia entrar
Até pensei, até tentei, pois bem queria
Mas nestas águas fartas e sombrias
Você não me ensinou a nadar
E agora o teu inverno
É bem mais instável que o meu
Ou menos frio, quem sabe
O teu já não tem saudade, nem eu
O teu dura um dia, o meu beira a eternidade
Não sei quando te encontro mais nessa vida
São tantos desencontros, idas e vindas
Coisas do destino, eu suponho
Te sentir tão distante, de dia
Te ter tão meu no oceano selvagem dos meus sonhos...
Thursday, August 03, 2006
Velha Amiga (Isis - 03.08.2006)
É tão bom saber
Que a amizade tem cores
De muitos sabores
Para gente viver
Nessa terra seca
Deserta de paz
Um sorriso rega
A flor que se faz
Nos traz a nós
Encontro tão adiado
Um pouco de tudo, a sós
Sentimento jamais revelado
Segredo guardado
Por memórias difusas
Faltou confiança, ter conversado
Encontro às claras e nós às nuas
Uma palavra de amor
Enxuga tristezas
Lamentos de dor
São nada diante das nossas belezas
Um abraço amigo
Um sinal de atenção
Um cuidado comigo
São luzes no coração
Sabemos do nosso poder
Que talvez seja o mesmo
Cada uma no seu lugar
E uma da outra, o espelho
Ambas regidas pela Lua
Nossa primeira madrinha
Prata, estrelas, fadas são tuas
Do mesmo tanto que também são minhas
Magia, encanto, ondas do mar
Flores, perfumes, música instrumental
Dias de sol, noites belas de luar
Somos nós duas, tão tal e qual
Borboletas invisíveis
Cintilam como púrpuras fadas
Sim, nós somos sensíveis
Apesar da nossa fama de brabas
Somos muito parecidas
No jeito, no sentimento, no pensar
No fundo, somos amigas
No negro dos olhos, mistérios a revelar
Meu amor por você demora
Pois pudera
Amiga de eternidade sem fim
Agora em perfumes acorda
Amiga de anos, quem dera
Enfim se importa, enfim se recorda
Recorda de mim...
Noites de Sonho (Isis - 02.08.2006)
Acordei com um raio de sol
Primeira luz desta manhã tranqüila
Eu de novo sonhava com você
Muito além do que eu possa entender
No silêncio desta noite vazia
Acordei sentindo tua presença em mim
Como se isso fosse mesmo real
Como se não fosse uma escolha minha
Te ter ou não aqui, um paradoxo pessoal
Nem me lembro de você durante o dia
Não sei mais do que trata a sua poesia
Não te quero, não te chamo, não te vejo
Mas alguma coisa te trás para perto em segredo
No meio da noite, em pleno sonho, teu beijo
Com a nítida claridade da vida
Me dá medo!
Teus olhos fitam os meus
Em sonho, mensagens implícitas
Eu sou você e você sou eu
Em relâmpagos de imagens oníricas
Pensamentos platônicos
Desmentem o nosso adeus
Por que isso acontece comigo?
Como posso dominar meus sonhos enquanto durmo?
Eu te amo sim, tal qual você a mim
Mas um simples amor de amigo,
Talvez sem fim, um amor puro
Será que esses sonhos querem dizer alguma coisa? O quê?
Por que eu ainda sonho tanto com você?