Pink Fairy Tales...

Meu próprio mundo, em versos... Ora rimados, ora em desespero... Ora em poesia sincera, ora em verdade inventada... Ora a fusão das duas coisas, e muitas resuminadas a nada... Às vezes meio triste, com um quê de sombra e dor... Outras vezes, em palavras inspiradas na alegria, na beleza e no amor...

Monday, December 13, 1999

Gaiola Branca (Isis - 13.12.1999)

Numa noite... no meio dela acordei assustada quando notei que na minha janela o pássaro azul não mais cantava Ele não era meu mas seu canto era todo para mim bastava-me aquele "Romeu" que vivia para suas serenatas no jardim Autor das palavras mais doces dono do sentimento mais puro levava sempre na face duas estrelas que brilhavam no escuro No acalanto da melodia suspirava meu medo no sono meu amor se escondia e o sonho pedia segredo O sopro da viola jazia em notas que com o vento bailavam no ar fazendo com que as flores que estavam mortas desabrochassem pelo chão as cores do luar Lua que antes era pálida de luz que não resplandecia e o mar de ondas caladas ao chegar na praia dormia A noite era sempre menina brincando de querer crescer quando a aurora anunciava o dia lá ía-se a criança ao longe se esconder De mansinho a brisa vinha balançar os negros cabelos meus o vestido branco que meu corpo cobria acenava triste um breve adeus Aquele mundo que era todo meu foi palco do vexame que fiz das minhas fracas mãos escorreu seu casto cálice que tanto me quis Essa ilusão voou alto e só desmanchou-se no céu, covarde mas derramou em nós dois um pó daqueles cintilantes da saudade O suspiro já não é de prazer a voz apenas cala poesia toda eu desejo correr para o outro lado desta ilha Pássaro azul cantador levou consigo a magia do seu canto a chuva que cai rega a dor lavada pelo meu próprio pranto Neste quarto deserto o espelho reclama de mim como não tem ninguém por perto faça da minha morte o fim.