Pink Fairy Tales...

Meu próprio mundo, em versos... Ora rimados, ora em desespero... Ora em poesia sincera, ora em verdade inventada... Ora a fusão das duas coisas, e muitas resuminadas a nada... Às vezes meio triste, com um quê de sombra e dor... Outras vezes, em palavras inspiradas na alegria, na beleza e no amor...

Tuesday, September 05, 2006

Minhas Cores (Isis - 06.09.2006)

Vontade imensa de me entregar Sair correndo, solta por aí... Flutuar pelos sonhos que eu acredito Mergulhar fundo no templo de mim No céu constelado de estrelas, voar... Mais do que vê-las, sê-las Brilhar na via láctea da minha tristeza Encontrar luzes, onde cria preto estar Minha dor só existe Porque já senti felicidade Aprendi quando te tive inteiro E passei a te ter pela metade Isso só me dá mais vontade De flutuar pelos meus sentimentos Viver sem medo da verdade Explosão de universo em movimento Cores que se fundem Na mais alta vibração de luz Aquarela de emoções nos unem Na matiz o tom que te traduz Misturo tua cor com a minha, Energia tinta condensada Na palavra dessa poesia Escrita no anil da madrugada Desmaio-me nos braços do amor Em degradê de agitação molecular Pinto no teu céu um arco-íris de cor Que vai do "eu te gosto"
Até " para sempre vou te amar"...

Sunday, September 03, 2006

Paisagem (Isis - 03.09.2006)

Tudo que eu queria agora era acordar sozinha numa canoa, flutuando num lago azul de águas calmas... Queria abrir meus olhos devagar e sentir a luz do sol me acariciar o rosto com o calor que eu preciso agora. Queria estar sozinha com toda a natureza exuberante à minha volta e mais ninguém... Sentada naquela canoa simples e com todo o tempo do mundo, eu observaria as motanhas gigantes ao longe, os mil verdes das árvores com suas mil formas, o reflexo da luz prateando o lago, as flores vivas... Os perfumes, o som do natureza, o movimento da vida dentro e fora de mim...
Livre e nua como as borboletas, eu mergulharia para o fundo destas águas, numa vontade imensa de fazer parte de toda a beleza indescritível desta paisagem de cores. Eu abraçaria as flores e faria amizade com os pássaros. Eu subiria em árvores e tentaria tocar o arco-íris. Eu viveria muito, sorriria à toa, abriria meus braços num desejo imenso de me entregar àquela cena de aquarela e faria daquele encantado lugar a minha única e eterna morada. Quando eu já estivesse bem cansada e o Sol anunciasse sua despedida, eu voltaria caminhando para a paz da minha canoa. Quando eu chegasse no meio do lago e sentisse a brisa da noite, eu estenderia um manto leve para me proteger de algum vento frio que passasse por mim e deitaria de novo na minha canoa sozinha. Uma a uma, ia contar as estrelas no véu da noite que me velava. A beleza da lua me impressionaria e me faria chorar algumas discretas lágrimas. Quando meus olhos cansassem, eu os fecharia... Dormiria de novo no balanço da minha canoa tranquila e não acordaria jamais naquele corpo novamente. Eu morreria naquela noite banhada de luar, naquele lugar perfeito e raro, naquele altar em que eu pintei o meu sonho perfeito. Assim, eu me transformaria naquela água transparente, naquelas flores exuberantes, naqueles peixes ligeiros, naquele ar puro, naquelas borboletas coloridas, naquele entardecer triste, naquele céu infinito, naquelas estrelas incontáveis e naquela lua encantada... Eu seria tudo e estaria em tudo ao mesmo tempo. Eu seria todas as flores, todas as borboletas, toda a água, todas as cores, todos os sabores, todas as músicas, todas as estrelas, todas as noites enluaradas... E tudo seria eu... A minha canoa já não estaria mais vazia... Porque desde que eu acordasse e passasse a olhar a vida acontecendo, tudo passaria a me olhar também... Eu beijaria as flores, e elas beijariam a mim... Eu dançaria com as borboletas, e elas bailariam comigo... Eu mergulharia na água e ela mergulharia em mim... Eu passaria toda a noite admirando as estrelas e elas me olhariam também... Assim eu teria todas as cores da natureza porque ela, desde que eu nasci, já tem tudo de mim...