Espinho de Roseira (Isis - 04.10.2005)
Você me empurrou da janela
da casa dos sonhos que construí
para só nós morarmos nela
com o amor que a fez existir
Eu estava sentada na borda
olhando o vôo de passarinhos
de repente despenco morta
lá de cima, sem seu carinho
Você me empurrou pelas costas
sem nem mesmo dar um sinal
caí de tão alto, às tortas
morri num súbito golpe fatal
De nada pude me despedir
até porque isto eu nunca quis
eu queria apenas continuar ali
porque aquela casa me fazia feliz
Mas você estragou tudo
o que fazia parte de mim
só restou negro este luto
que do seu amor é o fim
E estragou ainda mais:
meus sonhos e minha vida
não voltarão jamais
aquela bela casa foi demolida
Como se isto pouco fosse
você desmoronou a casa inteira
pois seu amor esgotou-se
no espinho de uma roseira
Que apunhalou meu corpo em pose
de mulher caída lá da beira
do alto da janela que um dia trouxe
este seu amor que me envenena
Sua alma é tão pequena
e fraca o bastante para me matar
agora voa minh'alma serena,
faça das alvas nuvens seu altar
Enquanto a solidão te condena
à casa que virou pesadelo
eu murmuro minha pena
na dor de não poder mais tê-lo
Morramos juntos, mas separados
e isso nem mais me importa
já que meus cabelos são encharcados
do meu próprio sangue na sua porta!
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