Saturday, March 25, 2006
Eu também ouço vozes na minha cabeça
Às vezes sussurram baixinho... Suave
Outras são grossas... Voz grave
Berrando para que eu te esqueça!
São vozes de anjos lá do céu
Falam cantando, batendo asas
Mandam colocar tudo em papel
E fechar os olhos, que passa!
São vozes quentes, traiçoeiras
Insinuando suposições sofridas
Arrebentando mais minhas feridas
E sem desculpa, somem ligeiras!
São vozes repetidas em eco
Vibrando sempre a mesma palavra
Ah!!! Assim eu não sossego!!!
E tudo em mim embaralha!
Mas são só vozes em vertigem
Muito falam, mas em nada me atingem
São só vozes mudas, vozes tuas...
Que não existem!
AaaaaaaaaHhhhhhhhhh!!!!
Unicamente (Isis - 25.03.2006)
Esta minha lágrima que cai agora,
Cai porque eu quero!
Lava meu rosto, me molha
De uma saudade que eu venero
Eu penso em você porque sim
E por este mesmo motivo, choro
Pela tua metade que está em mim
Pela minha metade em você
Ah, meu amor, te adoro...
E disso me alimento para viver
Eu gosto de você porque eu quero
E pelas razões que não preciso dizer
Eu sou tão sua, unicamente
Mesmo que você não seja nada meu
Porque eu te amo, simplesmente
Um amor que é bem maior que eu
Sim, te amar me faz tão triste, de fato
Mas também me faz tão feliz
Porque te amar eu sempre quis
Só você é tão digno do que eu falo
Realmente, você é tão raro...
Tão único que não sai de mim
Ai... eu choro tanto sozinha...
Sofro tanto, mas porque eu quero
Sentir essa saudade que é só minha
De um lindo amor que eu espero
Ai... Dor afiada, parece sem fim...
Promete que serei feliz um dia?
Traz meu amor de volta para mim...
É... Eu te amo porque eu quero
E se preciso sofrer toda essa dor, de matar
Que mate a saudade ou o que for ruim
Só não mate a esperança, por favor...
Deixa ela ficar...
Só não mate a esperança, meu amor...
Deixa eu te amar!
Friday, March 24, 2006
Flores em Você (Isis - 23.03.2006)
Quando sinto perfume de rosas
Eu vejo flores em você...
Na primavera do teu beijo
Bem leve começo a florescer
Em púrpuras pétalas dengosas
Desabrochando eu me deixo
No teus braços para morrer
Quando surge brisa do mar
Eu vejo cores em você...
Na luz do teu sorriso
Você é todo encanto no ar
E de nada mais preciso para viver
Quando a água riacha
Eu vejo luzes em você...
No luar de tua palavra
Eu me desmancho por querer
Você me faz bela e casta
E minha música te basta
Em notas que falam sem dizer
Quando nasce raio de Sol
Eu vejo amor, e você?...
Na maré cheia do teu olhar
Eu me derreto suave de viver
Mergulho no profundo do teu mar
Que tua onda me dorme depois...
Porque é no teu céu de mistério
Universo estrelado de nós dois
Que a natureza estende seu altar
Dentro deste grandioso império
Em meio à tua luz e à minha
A gente se funde num só
Sou infinitamente tua rainha
Você sempre é todo meu rei
Na realidade deste Sol,
Na luz da Lua que eu te dei...
Wednesday, March 22, 2006
Aldeia Sem Luar (Isis - 22.03.2006)
Embora muito me encantem as estrelas
Não é delas que eu venho falar
Porque já não consigo mais vê-las
Minha aldeia só vê muros a lhe velar
Tanto quanto as luzes da noite
Muito me encantam as flores do dia
Que agora fustigam-se com açoite
Na minha aldeia de cinzas dores, sombria
E ainda mais me encantam borboletas
Que enfeitam a vida e decoram a alma
Mas não as atrai estas frias veredas
De uma aldeia tão seca de flora e fauna
Nem a Lua tão mãe de todos
Já não a vejo mais por aqui
Minha aldeia dorme aos poucos
Num escuro túmulo porvir
Embora muito me encante a vida
Com suas luzes, sons e cores
Minha aldeia está deserta e ferida
Por sua própria tribo de muitos senhores
Embora eu amasse minha aldeia
Meus índios, minha taba, minha lei,
Com um amor que corria minha veia
Eles falam uma língua que eu já não sei
Com lágrimas pesadas no rosto
Me despeço desta aldeia sem cocar
Deixo aqui meu corpo e muito desgosto
Mas levo minha alma para outro lugar
Minha própria tribo me matou
Flecharam meu coração tão deles
Sem saber que eu também sou eles
Que não existe aldeia sem amor
A minha tribo chora em soluços por mim
Gritam em desespero cortante de dor
Ah... Minha aldeia amada, meu lindo jardim!
Sua flecha me jorra o sangue de um amor sem fim...
Monday, March 06, 2006
Foi Assim... (Isis - 03.03.2006)
Todas as minhas palavras já te foram ditas...
Já revelei todos os meus olhares para os teus...
Fiz de todos os jeitos tudo o que parecia te tocar...
Já chorei todas as minhas lágrimas...
Também já sorri todos os meus sorrisos...
Nenhum deles te comoveu...
Nada transformou teu sentimento...
Enfim, minhas lágrimas secaram no ar...
Enfim, minhas palavras se calaram
No vão estreito do teu silêncio frio...
Enfim, meus sorrisos murcharam no chão...
Enfim, meu olhar se apagou
No fundo breu do teu olhar vazio...
Estou me sentindo tão só...
Porque uma estrela descolada do véu da noite
E pregada no clarão azul do dia
Brilha sozinha, só para si, ninguém a vê...
E toda estrela brilha para ser vista
Se não ela não teria luz própria
Nem escolheria o céu do mundo para dormir
Nas noites escuras de tristeza...
Toda estrela quer expandir sua luz
Para todo o universo...
É tão triste brilhar de dia...
Num dia claro de sol...
Se não tem ninguém para ver...
É tão triste amar sozinha...
Um amor tão iluminado...
Se não tem quem receber...
É como você olhar no espelho
E ele não olhar para você...
É como você acabar de ter nascido
E sentir uma vontade imensa de morrer...
É assim quando se ama com todas as forças
Um único homem...
Que se perdeu de si mesmo e de você...